11 de novembro de 2010

Desafios

Imagem: Google


As reservas petrolíferas descobertas na camada pré-sal, localizada em uma área de 200 quilômetros de largura e 800 quilômetros de extensão, que vai do Espírito Santo a Santa Catariana, estão a 7 mil metros abaixo do nível do mar. A exploração desse petróleo poderá triplicar a produção nacional, no entanto, existem muitas dúvidas sobre como e quais as conseqüências desse processo.

A existência e a boa qualidade desse petróleo já foram confirmadas pela Petrobras, que já realizou a perfuração de aproximadamente 30 poços (de acesso mais fácil). Porém, não se sabe, ao certo, o volume do produto nas profundezas do mar. Outro fator a ser superado se refere à forma de ultrapassar uma lâmina d’água de mais de 2 quilômetros, uma camada de mais de 1 quilômetro de sedimentos e outra superior a 2 quilômetros de sal para que se possa retirar o petróleo com segurança sem que haja acidentes ambientais.

Os gastos com investimentos em tecnologia são altíssimos e devem apresentar resultados eficazes. Nesse sentido, foi criado o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-sal (Prosal), que desenvolve pesquisas com o apoio de universidades. As condições encontradas para a exploração do petróleo na camada pré-sal apresentam situações como pressão da coluna de água, a acidez e as baixas temperaturas que podem danificar componentes, prejudicando e encarecendo a extração.

Outro fator complicador é a distância entre a costa e os poços de perfuração da camada pré-sal (300 quilômetros), necessitando, portanto, de alternativas que realizem o transporte rápido e eficiente de pessoas, materiais e equipamentos.

Mas um dos maiores desafios é o ambiental. Os depósitos do pré-sal contêm uma grande concentração de dióxido de carbono, bem superior à de reservas em águas mais rasas. Portanto, sua exploração, de forma inadequada, pode contribuir para o aquecimento global, visto que o dióxido de carbono é um dos grandes vilões desse processo.

A Petrobras garante que a exploração da camada pré-sal é extremamente viável. Estima-se que serão gastos cerca de 600 bilhões de dólares em investimentos e desenvolvimento de tecnologia para a extração do produto de forma segura, e que os retornos financeiros deverão ocorrer a partir de 2020. Caso se confirme as expectativas da Petrobras, o Brasil será o oitavo maior produtor de petróleo do planeta, aumentando suas reservas em 50 bilhões de barris.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escol

http://www.brasilescola.com/brasil/presaldesafios.htm

6 comentários:

  1. Será que vale a pena investir tanto dinheiro em algo extremamente difícil e perigoso? Acho melhor o Brasil investir em outras coisas, que trariam lucros imediatos.

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  2. Olá! Realmente é algo a se pensar...vou concordar com você que o Brasil necessita de tantas coisas que não sei se o Pré-Sal seria algo incrivelmente necessário. Seria bom, que o governo prestasse atenção nas filas de hospitais e se desse conta de que a educação tem decaido muito nestes últimos tempos...

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  3. Desculpe, mas é um pensamento pobre pensar em não se investir no pré-sal. Está mais do que provado que investimentos a curto prazo podem se tornar insignificantes perante a projetos bem estruturados, desenvolvidos e com planejamento. Acredito que é isso que o Governo vai fazer, como tem feito com diversos outros projetos. Importante lembrar que Dilma, em seu programa de governo, estabeleceu prioridades para a utilização dos lucros do pré-sal. Entre elas estão: tecnologia, cultura e educação sendo estes, sim, importantes instrumentos para o crescimento de um país.

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  4. Com certeza é importante investir no pré-sal, pois trará múitos benefícios para o Brasil.

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  5. Concordo com você William, o pré-sal é um ótimo investimento para o Brasil, pois trará muito dinheiro que poderá ser repassado para cultura, educação, saúde, etc..

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  6. Esta riqueza é concerteza um grande incentivo para o desenvolvimento da pesquisa no setor de energia por parte do Brasil. Entretanto, acredito que investimentos nesta área acabem desencorajando os investimentos feitos pelo governo em projetos sobre fontes de energias renováveis. Vi que um dos comentários falava sobre projetos a longo prazo e bem estruturados, no entanto não se pode pensar que este projeto trará apenas benefícios. As consequências não serão nada agradáveis para a atmosfera terrestre já prejudicada pelo aquecimento global acelerado. Um país como o Brasil que fez grande campanha a favor de energias alternativas (inclusive sendo um dos grandes apoiadores do tratado de Kyoto) torna-se contraditório ao investir na camada do pré-sal.

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